A 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada – Brigada Guaicurús em Dourados realizou na manhã desta sexta-feira, uma solenidade militar em comemoração ao bicentenário da transferência da corte portuguesa para o Brasil.
As comemorações, segundo o Exército, ressaltam para as gerações de hoje os acontecimentos e as características da formação da nacionalidade brasileira, "onde desponta D João VI como estadista, cujas decisões contribuíram, consideravelmente, para a condução do processo de independência do Brasil, unido pelo território e pelo idioma até os dias de hoje, nação soberana, respeitada, íntegra, coesa e cristã".
Segundo o Exército, as atividades fazem parte da sua responsabilidade de preservar a memória nacional, de cultuar a história-pátria e os legítimos valores da nossa nacionalidade.
"Dois séculos se passaram desde que, no continente europeu, o Bloqueio Continental, decretado por Napoleão Bonaparte, em 1806, deixava Portugal, tradicional aliado da coroa britânica, em indesejável situação geopolítica. Se, por um lado, não podia afrontar os exércitos napoleônicos, dada sua vulnerabilidade a um ataque francês por terra, por outro, não podia simplesmente romper com a Inglaterra.A indiscutível supremacia marítima britânica inviabilizaria as comunicações entre Portugal e Brasil – principal colônia lusitana, de cuja exploração dependia a própria sobrevivência econômica da metrópole portuguesa.
O agravamento da situação se deu quando, em agosto do ano seguinte, o governo francês enviou um ultimato a Portugal: ou aderia ao Bloqueio Continental ou seria invadido. Diante da negativa do Príncipe Regente D. João, o general francês Junot, em 19 de novembro, invadia Portugal e marchava em direção a Lisboa, sede do reino.
Não restou alternativa senão colocar em execução o plano que havia sido cuidadosamente engendrado: fazer as malas, zarpar em direção ao Vice-Reino do Brasil, atravessar o Atlântico e estabelecer o Reino Português em terras da América.Assim, a 29 de novembro de 1807, escoltada por navios de guerra ingleses, a frota portuguesa levantou âncoras em direção ao nosso país.
Nas palavras do historiador Paulo Macedo Carvalho "É um equívoco interpretar-se a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil como mera fuga. Fora bem planejada, com bastante antecedência. Não se tratara de improvisação. A genial mudança de governo, com seu acervo histórico e os meios indispensáveis à administração, atesta isso". Já Pedro Calmon afirma que "não se mudara apenas a Corte, mas o Estado". O historiador Oliveira Lima nos assevera que "A transladação da Corte para o Rio de Janeiro deve ser considerada mais uma manobra política e feliz do que deserção covarde".
In AquidauanaNews