sábado, 3 de novembro de 2007

Paquistão em estado de emergência

Presidente suspendeu Constituição, antes de Supremo Tribunal se pronunciar sobre a validade de processo eleitoral. Edifício da mais alta instância judicial do país foi ocupada. Musharraf diz que decisão é «essencial» para manter unidade nacional. Antiga primeira-ministra Benazir Bhutto regressou ao país.
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, afirmou hoje num discurso ao país que a instauração do Estado de Emergência é «essencial» para manter a unidade nacional face a «graves conflitos internos», cita a Lusa. «O terrorismo está no seu apogeu e o governo está paralisado pelo Supremo Tribunal», acrescentou, falando ao país através da televisão estatal, sublinhando «acreditar» que a democracia será restaurada no país após as eleições legislativas de Janeiro de 2008.
«Mas, a meu ver, digo com tristeza que alguns elementos estão a criar obstáculos no caminho para a democracia. Acredito que este caos está a ser gerado devido a interesses pessoais e com o objectivo de prejudicar o Paquistão», disse Musharraf, trajando roupas civis.
«A situação evoluiu muito rapidamente. O terrorismo e o extremismo chegaram ao seu apogeu», sublinhou, evocando a recente vaga de atentados suicidas no país que provocaram 420 mortos desde Julho último.
O Presidente paquistanês decretou hoje o estado de emergência e suspendeu a Constituição, mas o Parlamento federal e as assembleias provinciais continuaram a funcionar.

Cerco ao Supremo Tribunal
O Supremo Tribunal do Paquistão ordenou hoje o levantamento do Estado de Emergência imposto pelo Presidente Pervez Musharraf, mas o Governo rejeitou esta decisão. A Polícia cercou entretanto a sede do Supremo Tribunal que se deverá pronunciar sobre a validade da reeleição de Musharraf a 6 de Outubro e o presidente do tribunal foi colocado «sob custódia», tendo sido nomeado um seu substituto.
Benazir Bhutto regressou ao país
Entretanto, a antiga primeira-ministra paquistanesa, Benazir Bhutto, reagiu mal à instauração do Estado de Emergência no país, defendendo que «vai prejudicar o processo democrático» em curso.
Bhutto, que regressou hoje ao país logo após o anúncio da decisão de Musharraf, chegou a Carachi de avião e foi, de imediato, rodeada por um cordão de segurança policial e militar, seguindo depois para a sua residência, onde estavam já garantidas medidas de segurança idênticas.
«A menos que Musharraf volte atrás, será muito difícil que haja eleições justas», disse Bhutto à cadeia de televisão britânica Sky News, entrevistada por telefone.
«Concordo com o presidente no facto de que o país está a enfrentar uma crise política, mas acredito também que o problema é a ditadura. Não creio que a solução seja a ditadura», acrescentou.
A antiga primeira-ministra, vista por muitos dos seus apoiantes como a chave para o regresso do país à democracia, encontra-se nos Emirados Árabes Unidos a visitar a sua família.

EUA e Reino Unido preocupados
Também os Estados Unidos e o Reino Unido afirmaram estar «seriamente preocupados» com a decisão de Musharraf, apelando ambos ao regresso à normalidade constitucional e ao governo democrático.
Por seu lado, a Índia, rival nuclear vizinha do Paquistão, foi mais moderada a reagir, desejando que a tensão «diminua» e afirmando «lamentar os tempos difíceis» que o país enfrenta e que «espera um regresso à normalidade».
A administração norte-americana de George W. Bush, que tem em Musharraf um aliado chave na sua luta global contra o terrorismo, indicou estar «profundamente perturbada» com a decisão do presidente paquistanês.
«Os Estados Unidos já deixaram claro que não apoiam medidas extra-constitucionais, porque elas levam o Paquistão para fora do caminho da democracia», disse hoje a secretária de estado norte-americana, Condoleezza Rice.
Em Londres, as autoridades britânicas consideraram já a decisão de Musharraf como um «grande revés para a democracia».

In:PortugalDiário

Novas suspeitas sobre currículo de Sócrates

O currículo académico de José Sócrates poderá ser alvo de nova investigação, se assim o decidir o Procurador-Geral da República. Segundo noticia a edição de hoje do semanário Expresso, as novas suspeitas remontam à candidatura do primeiro-ministro a uma pós-graduação no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) e foram levantadas por José Maria Martins, advogado de António Balbino Caldeira, autor do blogue http://doportugalprofundo.blogspot.com/ e arguido num processo aberto por uma queixa de Sócrates.
De acordo com o Expresso, José Maria Martins alega que José Sócrates, quando se candidatou à pós-graduação do ISCTE, terá incluído no currículo a prática de funções de engenheiro civil na Câmara da Covilhã, entre 1981 e 1987. O advogado disse, citado pelo semanário, que este é «um facto falso» e que, sendo o currículo um dos critérios de admissão ao curso, foi utilizado de forma a induzir o instituto de que seria engenheiro civil.
O Expresso refere ainda que num despacho de 16 de Outubro, Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), deferiu a extracção de uma certidão relativa ao crime de falsificação de documentos e que esta decisão foi remetida para o PGR.
Uma fonte do Ministério Público, consultada pelo Expresso apontou, contudo, que a decisão da directora do DCIAP não significa que existam indícios para que seja iniciada uma investigação.
A Procuradoria-Geral da República disse ao Expresso ainda não ter recebido qualquer despacho de Cândida Almeida, recusando por isso qualquer comentário adicional ao caso.
António Balbino Caldeira foi constituído arguido depois de José Sócrates ter apresentado queixas sobre alusões a um centro de comando e controlo dos media e sobre referências ao MBA do primeiro-ministro.


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In:Portugal Diário

Afeganistão: Um holandês morto e dois feridos por bomba

Um soldado holandês foi morto e dois outros feridos hoje no Afeganistão pela explosão de uma bomba à passagem do veículo em que circulavam na província de Oruzgan, no sul do país, informaram os serviços de segurança.
Membro da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), sob comando da NATO, Ronald Groen, 21 anos, morreu durante um patrulhamento quando viajava num veículo blindado atingido perto de Puntjak.
Trata-se do décimo primeiro militar holandês morto no âmbito da operação de estabilização do Afeganistão, na qual a Holanda participa com cerca de 1.800 efectivos.
Os dois feridos, um sargento e um soldado, encontram-se em estado «estabilizado» e foram transferidos para o campo militar holandês de Tarin Kowt.
Não foram divulgados detalhes sobre o incidente.
Apenas no ano em curso morreram no Afeganistão cerca de 5.000 pessoas vítimas de actos de violência.
O balanço do número de soldados estrangeiros mortos no Afeganistão, na sua maioria em combate, é actualmente semelhante ao do ano passado, 191 vítimas.
Cerca de 55.000 soldados estrangeiros combatem no Afeganistão a insurreição dos talibãs, afastados do poder no final de 2001 por uma coligação militar internacional que apoia as forças afegãs.
Diário Digital / Lusa

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

IRAQUE - 500 mortos em Outubro, dos balanços mais baixos dos últimos anos


Pelo menos 554 iraquianos foram mortos durante o mês de Outubro em ataques e actos de violência confessional, um dos balanços mais baixos dos últimos dois anos, segundo estatísticas de três ministérios iraquianos. A violência conheceu o seu apogeu em Janeiro de 2007 com 1.992 mortes.
Estes dados dos ministérios do Interior, da Defesa e da Saúde mostram
que o número de mortes em Outubro foi um dos mais baixos desde que em Fevereiro de 2006 um atentado contra um mausoléu xiita desencadeou uma vaga de violência inter-religiosa no Iraque.
De acordo com os ministérios, para além desse balanço de vítimas, também
333 cadáveres foram encontrados em Outubro em todo o país, na sua maioria mortos nos meses precedentes.
O ataque contra o mausoléu xiita de Samarra, no norte do Iraque, desencadeou uma vaga de violência confessional que causou dezenas de milhares de mortes no país.
A violência conheceu o seu apogeu em Janeiro de 2007 com 1.992 mortes registadas pelos três ministérios.
Em Outubro, 425 civis, 116 polícias, e 13 soldados foram mortos, enquanto que 144 civis, 180 polícias e 39 soldados foram feridos, de acordo com os números oficiais.
Estas mortes de iraquianos totalizaram 840 em Setembro, de acordo com os três ministérios, ou seja menos de metade dos falecimentos registados em Agosto (1.770).
Norte-americanos e iraquianos anunciaram já um retrocesso da violência nos últimos meses no Iraque, o que segundo eles comprova o sucesso das ofensivas lançadas contra os rebeldes e as milícias em Bagdad e em outras cidades desde Fevereiro.

In: TSFOnline

Paquistão: Ataque suicida faz cinco mortos

Um bombista suicida fez-se explodir esta quinta-feira dentro de um autocarro, que transportava empregados da Força Aérea na província de Puinjab, no Paquistão.
Cinco pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas, de acordo com os relatos locais, que adiantam que o homem fez-se transportar numa motocicleta, antes de saltar para dentro do autocarro e deflagrar a bomba.

In: DiárioDigital

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Afeganistão: Soldados matam 50 talibãs

Soldados afegãos e da NATO mataram cerca de 50 combatentes talibãs e cercaram outros 250 perto da cidade de Kandahar, no sul do país, indicou hoje a polícia local.
Também se registaram confrontos no leste, no oeste e no norte do país, e os insurrectos concentraram-se em grande número pelo menos numa outra região, num aparente recrudescimento da violência.
Combatentes dos talibã entraram no distrito de Arghandab, a apenas 12 quilómetros de Kandahar, na semana passada, depois da morte natural de um líder tribal pró-governo na zona, há duas semanas, que deixou a região desprotegida.
O exército afegão e os soldados da ISAF (Força Internacional de Assistência à Segurança), liderada pela NATO, lançaram uma operação esta semana para retomar o controlo da área, disseram autoridades locais.
Cerca de 50 membros dos talibãs foram mortos na zona de Arghandab desde segunda-feira, e pelo menos 25 ficaram feridos, mas permanecem no local entre 200 e 250 insurrectos, segundo a polícia de Kandahar.
Depois da derrota para as tropas lideradas pelos EUA em 2001, os talibãs reagruparam-se - segundo analistas - e voltaram a lançar a insurreição há dois anos.
Nos últimos dois anos, cerca de 7.000 pessoas morreram nos confrontos no Afeganistão.


In DiárioDigital

Governo reduz tropas no Afeganistão

O ministro da Defesa Nacional anunciou esta quarta-feira uma redução, a partir de Agosto de 2008, do contingente português no Afeganistão, onde ficarão um avião C-130 e uma equipa de 15 militares que dará formação ao exército afegão.
O anúncio foi feito por Nuno Severiano Teixeira numa reunião da comissão parlamentar de Defesa, hoje à tarde, em que fez um balanço das missões militares no estrangeiro, anunciando que se mantêm sem alterações no Kosovo e no Líbano.
Portugal tem actualmente 162 militares no Afeganistão, a segunda missão mais numerosa de todas as forças nacionais destacadas depois do Kosovo (298).
Até final do ano, irão manter-se no Afeganistão com tropas pára-quedistas e de apoio de serviços, assim como uma equipa de controlo aéreo táctico da Força Aérea.
Em declarações aos jornalistas, Nuno Severiano Teixeira afirmou que esta alteração de tipo de forças resulta «da evolução da situação» e da «tendência das necessidades» da NATO - formação do exército afegão e o transporte aéreo.
O ministro afirmou que esta mudança nas forças portuguesas resulta dos «princípios de rotação e das necessidades» da Aliança Atlântica, que chefia uma força multinacional no Afeganistão - a ISAF.
Esses princípios permite aos «Estados que tenham tido maior empenhamento em zonas de maior dificuldade, como é o caso de Portugal, possam fazer uma mudança das suas tropas», afirmou.
O ministro não exclui que Portugal volte a enviar mais tropas para o Afeganistão, afirmando que «nada está excluído».
O Governo garante ainda a compra de material necessário à protecção dos militares portugueses, como inibidores de frequência e viaturas blindadas.
Para o ministro, esta redução não é motivada por uma questão financeira, garantindo que «os custos estão assegurados para esta solução» no Orçamento de Estado do próximo ano.
No orçamento estão previstos 58 milhões de euros para as missões militares no estrangeiro, a mesma verba prevista para 2007.
As forças armadas portuguesas têm actualmente mais de 650 militares em missões externas, sendo o contingente mais numeroso o do Kosovo (298), seguindo-se o Afeganistão (162) e Líbano (142).
Segundo dados do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), missões mais pequenas estão também em Timor (4), Bósnia-Herzegovina (14), Iraque (9), Sudão (1) e República Democrática do Congo (2).
Desde hoje, e nas próximas seis semanas, cerca de 40 militares da Força Aérea estão a assegurar o policiamento aéreo nos três países báltico - Letónia, Estónia e Lituânia.

Diário Digital / Lusa