Médio Oriente - Novo ano em Gaza começa ao som das bombas
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Enquanto o Mundo festejava com alegria a chegada do novo ano, em Gaza foi com medo e ao som das bombas que a população palestiniana entrou em 2009. Às escuras e com ruas desertas, sem água e sem electricidade, a população entrou no sexto dia do conflito sem esperança e mergulhada no caos.
Nos céus, aviões espiões não tripulados buscam novos alvos. Uma mesquita, que Israel afirma ser usada como armazém de mísseis, e o Ministério do Interior foram arrasados. São os alvos mais recentes de uma operação que eliminou boa parte da polícia, destruiu infra-estruturas públicas e deixou Gaza sem Governo, agora na clandestinidade.
Chuva intensa e nevoeiro vieram juntar-se, dificultando a tarefa da aviação judaica, mas facilitam a retaliação. A coberto do mau tempo, combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica lançaram pelo menos 20 projécteis contra Israel. Cidades como Ashdod, Ashkelon e Beersheva estão agora ao alcance dos novos mísseis «Grad» dos palestinianos. É quase 10% da população israelita que fica ameaçada.
Mas a desproporção das ameaças fala por si. Pelo menos 393 palestinianos mortos, dos quais cerca de 40% são civis, mais de 1900 feridos e quatro mortos israelitas.
Sem solução à vista, rejeitada que foi por Israel a proposta de cessar-fogo europeia, Londres e Washington bloquearam quarta-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma proposta condenando Israel, apresentada pela Líbia e pelo Egipto. Reino Unido e Estados Unidos dizem que a proposta não referia os ataques do Hamas, que afirmam ter desencadeado as hostilidades. Um veto que dá tempo ao Estado judaico para concluir a destruição do Governo do Hamas e eliminar os dirigentes.
TVI