quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Comissão de Militares acusa chefias de pressão

A Comissão de Militares que está a organizar um protesto para quinta-feira, no Baixa de Lisboa, acusou esta terça-feira as chefias militares de estarem a pressionar os militares no activo a não participarem no encontro. Em declarações à agência Lusa, Fernandes Torres, da Comissão de Militares, adiantou que «as chefias não fizeram qualquer proibição por escrito, mas as ordens para que as pessoas não vão ao encontro de quinta-feira estão a ser transmitidas através da cadeia de comando». A comissão de militares responsável pelo «passeio do descontentamento», em 2006, anunciou um novo encontro para quinta-feira, na Baixa de Lisboa, para protestar contra a revisão das carreiras e os cortes à assistência na saúde. O «Encontro pela Justiça e pela Lei» será «uma forma de protesto» contra as medidas do Governo previstas no Orçamento de Estado de 2008, como os cortes de 21,6 por cento nas despesas com a saúde e de 17,4 por cento com os militares na reserva e para contestar «a ameaça da revisão do estatuto das carreiras» relativamente aos militares. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, «e para evitar mais processos Disciplinares», a COMIL está a apelar aos militares no activo para que «não vão fardados» ao encontro de quinta-feira. Fernandes Torres lembrou que foram instruídos pelo menos 20 processos disciplinares por participarem no protesto do ano passado contra o Governo e que juntou de centenas de militares na reforma, alguns no activo e parte deles participaram fardados. Outra das diferenças relativamente ao «passeio do descontentamento» de 2006, proibido pelo Governo Civil de Lisboa, é que este ano a comissão organizadora comunicou a sua realização às autoridades competentes. A COMIL tem prevista para as 18:00 de hoje uma conferência de imprensa no Terreiro do Paço.Entretanto, o Governo Civil confirmou à TSF que os militares comunicaram a iniciativa, sublinhando que, desta vez, está tudo dentro da lei, pelo que não vão ser levantados quaisquer obstáculos.
In: TSF Online

Caldas: Um terço não passa nas provas para sargentos

Há cada vez mais interessados em ser sargentos do Exército, com o número de candidatos aos cursos de formação a ser quase sete vezes mais do que as vagas existentes. Contudo, um terço dos concorrentes é eliminado nas provas físicas.
Por este facto, e apesar de 870 militares terem concorrido ao curso do ano lectivo 2007/2008, as 133 vagas disponíveis não chegaram a ser totalmente preenchidas, ficando ainda cinco por ocupar.
Apesar das médias das disciplinas do 12.º ano apresentadas serem mais elevadas do que no ano anterior, o resultado nos testes físicos “comporta um aspecto susceptível de preocupação, confirmando uma tendência que se tem vindo a desenhar em anos anteriores, o que se traduz num elevado número de eliminações”, considera o comandante da unidade que ministra os cursos – a Escola de Sargentos do Exército (ESE), nas Caldas da Rainha.
Martins Lavado, que falava na cerimónia de abertura do ano lectivo do 36.º Curso de Formação de Sargentos (CFS) e encerramento do 34.º CFS, apontou “outra preocupação” que foi a “deficiente preparação na língua inglesa”. Para combater essa situação, foi introduzido este ano no concurso de admissão a realização de testes desta língua estrangeira, cujos resultados levam a acreditar que “seja atingido o nível de proficiência linguística em Inglês para o sargento definido pelo General Chefe do Estado-Maior do Exército”.
Reconhecendo que houve “fortes restrições financeiras”, o responsável da unidade assegurou que “serão mantidos os padrões de qualidade e exigência que caracterizam o ensino nesta casa”, para apontar que “o ano lectivo que findou foi de continuidade de estudos, atentas as recomendações decorrentes da auto-avaliação que nos propusemos sujeitar todo o ensino aqui ministrado”.

In:Passa-Palavra jornal dos Comandos de Portugal