quarta-feira, 14 de novembro de 2007

FBI diz que Blackwater matou 14 iraquianos sem motivo

As primeiras conclusões de uma investigação feita pelo FBI sobre o tiroteio envolvendo a companhia de segurança privada norte-americana Blackwater, em Setembro em Bagdad, comprovam que pelo menos 14 das vítimas iraquianas foram assassinadas sem qualquer motivo.
As conclusões foram hoje revelada pelo New York Times, que citou fontes civis e militares com conhecimento do relatório preliminar do FBI, transmitido ao ministério da Justiça.
A 16 de Setembro, agentes da Blackwater que escoltavam um comboio diplomático abriram fogo em plena rua e mataram 17 civis. A empresa e seu presidente, Erik Prince, afirmaram que se tinham limitado a responder a tiros disparados contra eles.
No início de Outubro, o governo de Bagdad, que exige a saída da Blackwater do país, anunciou que uma investigação iraquiana concluiu que o comboio não foi alvo de qualquer disparo e que os agentes de segurança abriram fogo sem motivo.
Especialistas do FBI deslocaram-se então ao Iraque para conduzir sua própria investigação. Segundo o New York Times, as primeiras conclusões indicam que apenas três das vítimas, os dois passageiros de um carro que não parou a tempo e um transeunte, poderiam, eventualmente, ter parecido ameaçadores.
As outras 14 vítimas foram assassinadas numa clara violação das regras que regem a actuação dos agentes de segurança particulares no Iraque.
Muitas das vítimas foram atingidas por balas quando fugiam do local.
De acordo com o New York Times, os investigadores do FBI não encontraram qualquer prova de que o comboio tenha sido alvo de tiros, e consideram que a maioria dos agentes começaram a atirar por acreditarem que estavam a ser alvo de tiros depois de ouvirem os disparos dos seus colegas.
«Não chamaria a isso massacre», disse um alto representante do governo ao New York Times. «No entanto, dizer que foi injustificado seria um eufemismo», acrescentou.
In: DiárioDigital

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