segunda-feira, 21 de julho de 2008

Brasil: Mais dez mortos em favela do Rio

Em mais uma acção violenta numa favela do Rio de Janeiro, a polícia matou ao longo de sexta-feira dez homens na comunidade Minha Deusa, na Vila Kennedy, no bairro do Realengo, zona oeste da capital carioca. De acordo com as autoridades, que em casos como este dão sempre a mesma informações, os mortos eram narcotraficantes.
Segundo o comandante Pedro Paulo, que chefiou a invasão à favela, a polícia foi avisada através do telefone Disque-Denúncia de que um grupo de traficantes estava acampado no alto da favela e que ia tentar invadir outra, a Cosme e Damião, para passar a controlar o comércio de estupefacientes local, actualmente nas mãos de uma facção rival. Não houve como evitar o confronto, afirma o comandante, já que os soldados ao chegarem à favela foram recebidos com fogo cerrado.
Ao longo do dia sucederam-se os confrontos armados, que causaram dez mortos, sempre de acordo com a versão oficial. Na operação foram apreendidas quatro espingardas automáticas, três pistolas, três granadas, munições e droga.
Esta operação insere-se na política de confrontoassumida pelo governador Sérgio Cabral Filho desde que assumiu o cargo em Janeiro do ano passado e que tantas críticas tem recebido face à morte de inúmeros inocentes. Na quinta-feira, por exemplo, o vendedor ambulante Jefferson da Silva Andrade, 28 anos, foi morto com três tiros numa outra acção policial na favela Cruzada São Sebastião, no Leblon, zona sul do Rio, quando se atirou sobre o corpo da filha, Lauriene, de apenas três anos, já ferida numa perna, para a tentar salvar.
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