Afeganistão - “Taliban estão a ganhar terreno”
Os taliban estão a ganhar terreno no Afeganistão e o extremismo está a crescer no Paquistão." O alerta foi dado numa entrevista ao ‘The New York Times’ pelo antigo responsável pelas forças norte-americanas no Iraque, general David Petraeus, para quem a solução passa pela reconciliação com ex-rebeldes.
"Obviamente tomou-se um rumo errado no Afeganistão", assume sem rodeios Petraeus, que no fim do mês vai assumir o comando das tropas do seu país no Médio Oriente e Afeganistão. Segundo ele, para se conseguir ganhos no Afeganistão e no Paquistão seria necessário aniquilar os bastiões dos taliban e dos seus aliados, o que é – admite – uma tarefa muito difícil, senão mesmo impossível, considerando as dimensões que assumiu a insurreição taliban desde 2006.
Relativamente aos êxitos obtidos no Iraque, Petraeus salienta que não se pode transportar a experiência obtida naquele país para outros palcos de guerra, porque cada situação tem características específicas. No entanto, defende que a estratégia de reconciliação a que ali se recorreu poderia aplicar-se igualmente com êxito no Afeganistão e Paquistão. "Convencer antigos insurrectos a aderirem ao processo de reconciliação e pedir ajuda a países como a Arábia Saudita no diálogo com os taliban poderá ser parte da solução", afirma o general, que esteve esta semana em Paris e em Londres para recolha de informações.
As declarações do general norte-americano surgem na mesma altura em que o jornal francês ‘Le Canard Enchainé’ divulgou um fax enviado ao presidente Nicolas Sarko-zy pelo embaixador britânico em Cabul, sir Sherard Cowper-Coles, através do vice-embaixador francês no Afeganistão, François Fitou.
"Ditador aceitável"
No fax potencialmente explosivo, Cowper-Coles adverte que a "estratégia norte-americana está condenada ao fracasso e que situação no país é péssima e tende a piorar. Para o diplomata, a presença das tropas da coligação são um problema e não a solução e o reforço do contingente apenas multiplica os alvos. Cowper-Coles recomenda mesmo que os governos aliados comecem a preparar a opinião pública para se aceitar que a única solução realística para o Afeganistão é ser governada por um "ditador aceitável".
MAIS DADOS
Operações
Há duas operações militares no Afeganistão: a da Liberdade Duradoura (OEF), que envolve tropas da coligação e é liderada pelos EUA, e a da Força de Assistência e Segurança Internacional (ISAF), controlada pela NATO.
Forças
A OEF tem vinte mil militares, dos quais 18 mil dos Estados Unidos. A ISAF tem 40 mil de 40 países. Portugal tem 42 homens da Força Aérea e 16 do Exército sediados no aeroporto de Cabul.
Correio da Manhã
"Obviamente tomou-se um rumo errado no Afeganistão", assume sem rodeios Petraeus, que no fim do mês vai assumir o comando das tropas do seu país no Médio Oriente e Afeganistão. Segundo ele, para se conseguir ganhos no Afeganistão e no Paquistão seria necessário aniquilar os bastiões dos taliban e dos seus aliados, o que é – admite – uma tarefa muito difícil, senão mesmo impossível, considerando as dimensões que assumiu a insurreição taliban desde 2006.
Relativamente aos êxitos obtidos no Iraque, Petraeus salienta que não se pode transportar a experiência obtida naquele país para outros palcos de guerra, porque cada situação tem características específicas. No entanto, defende que a estratégia de reconciliação a que ali se recorreu poderia aplicar-se igualmente com êxito no Afeganistão e Paquistão. "Convencer antigos insurrectos a aderirem ao processo de reconciliação e pedir ajuda a países como a Arábia Saudita no diálogo com os taliban poderá ser parte da solução", afirma o general, que esteve esta semana em Paris e em Londres para recolha de informações.
As declarações do general norte-americano surgem na mesma altura em que o jornal francês ‘Le Canard Enchainé’ divulgou um fax enviado ao presidente Nicolas Sarko-zy pelo embaixador britânico em Cabul, sir Sherard Cowper-Coles, através do vice-embaixador francês no Afeganistão, François Fitou.
"Ditador aceitável"
No fax potencialmente explosivo, Cowper-Coles adverte que a "estratégia norte-americana está condenada ao fracasso e que situação no país é péssima e tende a piorar. Para o diplomata, a presença das tropas da coligação são um problema e não a solução e o reforço do contingente apenas multiplica os alvos. Cowper-Coles recomenda mesmo que os governos aliados comecem a preparar a opinião pública para se aceitar que a única solução realística para o Afeganistão é ser governada por um "ditador aceitável".
MAIS DADOS
Operações
Há duas operações militares no Afeganistão: a da Liberdade Duradoura (OEF), que envolve tropas da coligação e é liderada pelos EUA, e a da Força de Assistência e Segurança Internacional (ISAF), controlada pela NATO.
Forças
A OEF tem vinte mil militares, dos quais 18 mil dos Estados Unidos. A ISAF tem 40 mil de 40 países. Portugal tem 42 homens da Força Aérea e 16 do Exército sediados no aeroporto de Cabul.
Correio da Manhã
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