Afeganistão - “Sem reforços a derrota é certa”
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"Se não conseguirmos recuperar a iniciativa e inverter a ascendência da insurreição a curto prazo – nos próximos 12 meses – (...), arriscamos um desfecho em que deixará de ser possível derrotar a insurreição", avisa o chefe das forças norte-americanas e da NATO no Afeganistão num relatório enviado a Obama no final de Agosto. Numa análise crua e sem rodeios, McChrystal traça um cenário negro, talvez o mais pessimista desde o início do conflito, em 2001.
Nada escapa ao olhar crítico do general: das tropas da NATO, que "não têm experiência em contra-insurreição nem compreendem minimamente a sociedade afegã", ao governo de Cabul, cujas "instituições fracas, abusos de poder e corrupção generalizada" criaram uma "crise de confiança" entre a população, e até a estratégia seguida pelos seus antecessores. "Preocupados com a protecção das nossas tropas, acabámos por nos distanciar – tanto física como psicologicamente – das pessoas que queremos proteger", afirma.
McChrystal acredita que ainda é possível vencer a guerra, mas para isso precisa de mais tropas e de uma "revisão estratégica radical", e deixa no ar um sério aviso: "Só o aumento de recursos não ganhará esta guerra, mas a sua falta poderá perdê-la."
In:Correiodamanhã
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