Código da Jihad ameaça al-Qaeda
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“A Jihad tem uma ética e uma moral, porque visa servir a Deus. Isto significa que é proibido matar mulheres, crianças, idosos, religiosos, mensageiros, comerciantes e outros que tais. (...) Estas regras são aquilo que permite distinguir a Jihad das guerras das outras nações.” Num documento político e religioso de mais de 400 páginas, este é o parágrafo que está a fazer tremer a al-Qaeda, ao colocar em causa os fundamentos em que o grupo assentou toda a estratégia.
Ao contrário do que poderia pensar-se, o mais credível desafio à ideologia da rede terrorista de Bin Laden não foi idealizado ou manipulado por uma qualquer CIA ou MI5. É fruto de dois anos de duras negociações, mantidas em segredo no interior da uma prisão líbia, entre membros do Grupo Combatente Islâmico Líbio (GCIL) e as autoridades locais, sob a batuta de Saif al-Islam al-Khadafi, filho do líder líbio, Muammar Khadafi.
No início de 2007, Saif al-Islam contactou um antigo líder do GCIL exilado em Londres para servir de mediador nas negociações com os membros do grupo detidos na Líbia. A ideia era negociar um acordo de paz entre o grupo jihadista e o regime líbio e ao mesmo tempo travar a crescente influência da al-Qaeda na Líbia.
Destas negociações acabou por sair o novo código da Jihad, já avalizado por vários líderes políticos e religiosos do Médio Oriente como uma alternativa credível à doutrina radical da al-Qaeda e um possível passo em frente para acabar com o fascínio que a rede terroristas exerce sobre as gerações mais jovens.
A al-Qaeda já acusou o toque: desde Agosto que nas suas mensagens o grupo tem proclamado a ‘adesão’ do GCIL à causa do terrorismo global, numa tentativa descarada de sabotar e colocar em causa este novo manual da Jihad. Os serviços secretos ocidentais acreditam, por seu lado, que este pode ser, a médio prazo, o mais sério desafio à subsistência da rede terrorista al-Qaeda.
In:Correiodamanha
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