terça-feira, 19 de junho de 2007

História dos Motociclos TRIUMPH






História dos Motociclos TRIUMPH

PRÉ-HINCKLEY
A Triumph Cycle Company foi fundada em 1887 por Siegfried Bettmann, que rapidamente adquiriu um espaço em Coventry, no qual começou a construir bicicletas. Em 1902, com a evolução da tecnologia, a empresa dedicou-se à produção de velocípedes a motor. Em 1905, a fabrica produzia já 500 motociclos por ano, estando as áreas de projecto, fabrico e construção concentradas nas instalações de Coventry.

Nos 18 anos que se seguiram, a Triumph gozou de um sólido crescimento, e em 1923 a empresa alargou a sua produção a veículos automóveis. Em 1925, a fábrica de motociclos em Coventry ocupava uma área superior a 46.000 metros quadrados, e empregava 3000 pessoas; a produção rondava as 25-30.000 unidades por ano.

A indústria de motociclos manteve-se relativamente estável até ao início da década de 30, e em 1935 decidiu-se separar as divisões de motociclos e automóveis (o negócio das bicicletas já tinha sido vendido em 1932). Posteriormente, o ramo dedicado aos motociclos veio a ser vendido e a Triumph passou a designar-se Triumph Engineering Co.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Governo requisitou praticamente todas as máquinas fabricadas e, apesar da fábrica de Coventry ter sido destruída nos bombardeamentos de 1941, a produção manteve-se durante a guerra, primeiro em instalações temporárias em Warwick, e posteriormente na nova fábrica em Meriden.

A produção destinada ao mercado civil foi retomada em 1946 e, com as linhas de produção novamente a laborar, a Triumph propôs-se restabelecer uma rede de concessionários na América. Em 1951, o grupo BSA adquiriu a Triumph, mantendo no entanto a marca, e também uma certa autonomia relativamente à estratégia do grupo.

As duas décadas que se seguiram são hoje designadas como a idade de ouro do motociclismo Britânico. O motociclismo estava no auge da sua popularidade na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, e algumas das maiores estrelas do cinema - James Dean, Clint Eastwood, Steve McQueen e Marlon Brando contracenaram com as suas Triumphs e ajudaram a solidificar a sua reputação como a maior marca de motociclos daquela era.

Durante este período, a Inglaterra dominou a cena motociclística mundial com diversos modelos famosos, sendo a Triumph Bonneville a mais conhecida. Esta acabou por se tornar no ícone e mantém ainda hoje o seu estatuto de motociclo de culto.

A T120 Bonneville original, assim chamada em reconhecimento das proezas a alta velocidade de Johnny Allen na planície salgada de Bonneville, no estado do Utah, foi lançada em 1959 com uma versão de alto desempenho da versão de dois cilindros em linha, com 650 c.c. e dois carburadores, existente na altura (a Triumph T110 Tiger). Foi um enorme sucesso para a marca, especialmente nos Estados Unidos.

Em 1969, a Triumph atingiu o pico máximo de produção, com cerca de 46.800 unidades por ano. No entanto, no início dos anos 70, os atrasos no fornecimento de componentes, juntamente com problemas de maquinaria, provocaram atrasos na produção e, em 1972, numa operação apoiada pelo estado, o Grupo BSA fundiu-se com a Norton Villiers, dando origem à Norton-Villiers-Triumph (NVT).

Em 1973, a NVT anunciou o encerramento da fábrica de Meriden, originando uma ocupação pacífica pelos trabalhadores. A produção acabou por paralisar e, no ano seguinte, praticamente não se fabricaram motociclos. Em 1975, após prolongadas negociações, foi fundada a Cooperativa de Trabalhadores de Meriden, e com um financiamento do estado, a fábrica retomou a produção dos modelos de 750cc, Bonneville e Tiger. A cooperativa acabou por adquirir os direitos da marca Triumph à NVT e a produção foi aumentando gradualmente até às 350 unidades por semana.

Apesar dos apoios do estado, a cooperativa acabou por falir em 1983.

RECONSTRUIR A MARCA

Após o processo de falência, os direitos de propriedade intelectual da marca Triumph foram adquiridos por John Bloor, que preparou o caminho para a Triumph da era moderna.

A nova empresa precisava de uma plataforma sólida e estável, a partir da qual pudesse construir uma gama de motociclos competitivos. Assim nasceu o conceito de gama modular. Este conceito possibilitava a partilha de componentes comuns em toda a gama, permitindo construir uma série de modelos diferentes a partir de uma mesma base, que por sua vez podiam ser construídos ao mesmo tempo numa única linha de montagem.

Os projectos da nova gama foram iniciados em 1984 e, em 1988, a empresa estava pronta para começar a erguer uma nova fábrica (a antiga fábrica em Meriden tinha sido demolida no início da década). A marca adquiriu um local com 10 hectares em Hinckley, Leicestershire, Inglaterra, e deu-se início à construção. Assim que a primeira fase da fábrica ficou concluída, a pré-produção arrancou e os primeiros modelos foram lançados no Salão de Colónia em 1990. A produção do primeiro novo modelo – a Trophy 1200 c.c. de 4 cilindros – começou no início de 1991, saindo inicialmente da fábrica 8 a 10 novas unidades por dia.

Rapidamente foram acrescentados à gama modelos de três e quatro cilindros – a Trident 750 e 900, e a Daytona 750 e 1000.

À medida que a capacidade de produção aumentava gradualmente, a Triumph começou a estabelecer uma rede de distribuidores.

Antes do início da produção, foram criadas duas subsidiárias; A Triumph Deutschland GmbH e a Triumph France SA e, nos anos seguintes, a rede expandiu-se para englobar os principais mercados de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, em 1994.

Por esta altura, já tinham sido construídas 20.000 novas Triumphs e, em Janeiro de 1995, é lançada a gama de roupa e acessórios designada Triple Connection, disponibilizando assim ao cliente Triumph um conjunto abrangente de vestuário e equipamento da marca.

A gama de modelos evoluiu durante o início da década de noventa, graças a uma combinação de melhorias na gama existente e à introdução de novos modelos, como a Tiger, Trident Sprint, Speed Triple e Thunderbird.


Em 1995 a produção alcançou as 12.000 unidades ao ano e, devido ao aumento quer nas vendas a retalho, quer na produção, a marca pôde desenvolver máquinas mais individualizadas, que não dependiam do conceito modular. Destas, destacam-se a Daytona T595 e a T509 Speed Triple, lançadas durante o Salão de Colónia em 1996. Desde então a gama continuou a evoluir e a diversificar-se, passando a oferecer desde modelos desportivos de alto desempenho, a cruisers descontraídas e roadsters com estilo “retro”.

A produção aumentou a cada ano e, prevendo já um esgotamento da capacidade máxima da fábrica original, a empresa procurou a meio da década obter uma autorização para construir uma nova fábrica. A construção da primeira Fase da fábrica “Triumph 2” foi concluída no Outono de 1999, seguindo-se a transferência de determinados processos para as novas instalações. O processo de montagem permaneceu no entanto na fábrica original – actualmente designada Fábrica 1 – e, no início de 2001, saíam já da linha de produção cerca de 150 unidades por dia.

Em Março de 2001, no entanto, a produção foi suspensa devido a um incêndio na Fábrica 1. As chamas, que levaram 5 horas até serem dominadas, destruíram a linha de montagem de chassis e a área de armazenamento, cobrindo o resto das instalações com uma espessa camada de fuligem. As áreas ardidas foram imediatamente demolidas, preparando assim a sua reconstrução, enquanto o resto da fábrica (incluindo duas linhas de maquinagem de motores, a linha de montagem de motores e oficina de pintura) era submetida a uma gigantesca operação de limpeza, permitindo a sua reabertura exactamente seis meses depois.

A reconstrução da Fábrica 1 demorou cinco meses, durante os quais não foram construídos motociclos. Durante este período, a Triumph aproveitou para transferir diversos processos para a Fábrica 2. Minimizou-se assim o tempo de produção perdido, e a Triumph aproveitou igualmente para determinar qual a organização mais eficiente para cada processo.

A produção foi retomada em Setembro de 2002, e desde então a Fábrica 2 foi ampliada para permitir a introdução da Rocket III, o maior motociclo de produção do Mundo, e o primeiro da Triumph com veio de transmissão.

Foram depois introduzidos novos modelos, incluindo a inovadora Daytona 675 de três cilindros, que têm gerado um aumento sustentado das vendas. A fim de satisfazer o aumento na procura, a Triumph ampliou ainda mais a suas instalações de fabrico.

Equipada com tecnologia de vanguarda, a Triumph tem à sua disposição uma das mais modernas, senão mesmo a mais moderna fábrica de motociclos de todo o mundo. Em conjunto com uma variada gama de modelos, um programa de P&D activo e uma estratégia sólida de desenvolvimento da rede de concessionários, a Triumph afirma-se actualmente com uma marca líder da indústria.

In: Triumph Portugal

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