sábado, 22 de dezembro de 2007

Paquistão: Mais de mil fiéis estavam no local - Ataque em mesquita mata dezenas

Pelo menos 54 pessoas morreram ontem na sequência de um atentado suicida junto a uma mesquita no Noroeste do Paquistão. O ex-ministro do Interior, Aftab Sherpao, que se encontrava a rezar, escapou ileso à matança.
A explosão ocorreu numa mesquita situada no bloco residencial onde vive Sherpao, em Charsadda, localidade situada a 30 quilómetros de Peshawar. Sherpao e o filho, também político, escaparam com vida. O antigo ministro do Interior, que foi o mais alto responsável da luta contra o terrorismo, não sofreu qualquer ferimento na sequência do atentado, mas o filho foi atingido, tendo sido transportado para o hospital. Refira-se que Sherpao foi ministro até ao mês passado, altura em que o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, nomeou um novo governo interino.
No total, entre os mais de mil fiéis presentes, terão morrido pelo menos 54 pessoas e ficado feridas mais de cem. O bombista suicida encontrava-se junto aos fiéis que se deslocaram à mesquita por ocasião da ‘festa do sacrifício’ (Aid al-Adha), ou a Grande Festa (Aid al-Kebir) e, de acordo com a polícia, o atentado visava Sherpao. “Estava a rezar com o meu filho e os meus sobrinhos”, declarou o ex-ministro após o atentado suicida.
As forças de segurança estão a investigar o brutal ataque, cometido depois de, no passado dia 14, ter sido divulgado um relatório da Célula Nacional de Gestão de Crises que avisava para o perigo de atentados terroristas contra os máximos dirigentes do país. “Os terroristas poderão disfarçar-se de mulheres ou vestir uniformes militares. Cinco potenciais suicidas entraram no Noroeste em direcção aos seus objectivos”, lia-se no relatório.
Recorde-se que foi nesta mesma localidade que Sherpao sofreu ferimentos ligeiros no passado dia 28 de Abril, na sequência de um atentado suicida que provocou a morte de 29 pessoas, incluindo vários membros da sua equipa de segurança.
Este novo atentado suicida vem relançar o receio de uma nova vaga de violência generalizada por ocasião das eleições legislativas e provinciais previstas para o próximo dia 8 de Janeiro, as quais a oposição garantiu, antecipadamente, que serão fraudulentas.
In:CorreiodaManhã