sábado, 19 de janeiro de 2008

Moscovo admite ataque nuclear preventiivo sua defesa e aliados

O chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, o general Iúri Baluevski, declarou hoje que o país poderá recorrer a armas nucleares em caso de necessidade, nomeadamente de forma preventiva.
«Não tencionamos atacar ninguém, mas consideramos necessário que todos os nossos parceiros compreendam claramente e ninguém tenha alguma dúvida de que, para defender a soberania e a integridade territorial da Federação da Rússia e dos seus aliados, serão empregues as Forças Armadas, nomeadamente de forma preventiva e com o uso de armas nucleares», declarou o general numa conferência científica realizada em Moscovo.
«A força militar pode e deve ser empregue como demonstração da decisão da mais alta direcção do país de defender os seus interesses, bem como medida extrema, mesmo em massa, quando mostrarem ser ineficazes todos os restantes meios», frisou.
Segundo o general Iúri Baluevski, é preciso ter presente a história e a experiência da Rússia, que mostram que a militarização excessiva da sociedade, na ausência de guerras, mina as bases da sua existência.
O general Baluevski referia-se ao período soviético da História da Rússia (1917-1991), quando a competição militar e a corrida aos armamentos com os Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, acabaram por ser factores que conduziram à destruição do sistema comunista e da União Soviética.
«Hoje, a transição da Rússia para novas relações económicas colocou perante as Forças Armadas, outras tropas e forças que fazem parte da organização militar do Estado, as mais complicadas tarefas, não só de carácter militar, mas também económico», lembrou o general russo.
O responsável considerou que, para garantir a segurança militar, é indispensável uma ligação estreita entre o programa de construção militar e a planificação financeira, a vários níveis e a longo prazo, tendo em linha de conta as possibilidades económicas do Estado, e é precisamente essa tarefa que hoje se coloca perante o comando das Forças Armadas.
Uma proposta considerada «absolutamente correcta» pelo director do Centro de Análise, Estratégia e Tecnologias da Rússia, Ruslan Pukhov.
«Necessitamos extremamente de novas doutrinas, que serão a estrela orientadora no campo da organização militar e mostrarão aos nossos parceiros até onde estamos prontos a ir no caso de agravamento da situação internacional», acrescentou o analista militar.
In:Diário Digital / Lusa

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