domingo, 3 de fevereiro de 2008

Portugal entre os alvos de célula terrorista paquistanesa

Portugal seria um dos alvos europeus da célula terrorista paquistanesa desmantelada em Barcelona, onde deveria realizar um ataque no metropolitano que constituiria o baptismo do líder islamita radical Amir Baitulá Mehsud, noticia hoje o jornal espanhol El País.
Emir no Waziristão, uma província do Norte do Paquistão regida pelas tribos que a habitam, Mehsud, 34 anos, pretenderia fazer o seu «baptismo de fogo internacional» com o atentado suicida contra a capital catalã a realizar pelo grupo de islamitas radicais que enviara do Paquistão, de acordo com fontes dos serviços secretos europeus citadas pelo jornal.
Alemanha, França, Espanha, Reino Unido e Portugal seriam os alvos do grupo de dez detidos em Barcelona, de acordo com um elemento infiltrado nos meios radicais e protegido pelas autoridades.
O radical paquistanês, de acordo com informações recolhidas pelos serviços de espionagem alemães, espanhóis, franceses e britânicos, é também líder da milícia Tehrik i Taliban, um movimento talibã fundamentalista semelhante ao que pretende reconquistar o vizinho Afeganistão.
«Baitulá, como fazia o falecido Al Zarqaui no Iraque, queria estender a sua 'jihad' para fora do Paquistão e este era o seu ambicioso plano na Europa», afirma um responsável de uns serviços secretos ocidentais.
O membro da etnia pastune, conservadora e maioritária no sul do Afeganistão e no território paquistanês que faz fronteira com aquele país, conseguiu unificar as tribos desta região e a sua liderança, disse os serviços secretos, estará mesmo a ensombrar o mulah Omar, o velho aliado de Bin Laden que liderou o regime talibã em Cabul até 2001.
Baitulá é acusado pela agência de espionagem norte-americana CIA e pelo presidente paquistanês Pervez Musharraf de ter orquestrado o assassinato da líder da oposição paquistanesa e candidata a primeiro-ministro, Benazir Bhutto.
As células suicidas paquistanesas têm vindo a preocupar cada vez mais os serviços de segurança europeus, nomeadamente depois dos ataques em Londres, tendo deixado rasto na Dinamarca, Alemanha e Espanha.
«São uma das ramificações mais perigosas e desconhecidas da Al Qaida no Continente. Nunca se sabe até onde podem chegar. Outra coisa é trabalhar com nacionais. Todos os serviços [secretos] europeus tomaram muito a sério o caso de Barcelona», disse ao El País um chefe da investigação realizada a partir de Espanha.
In:Diário Digital / Lusa

Sem comentários: