quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ciclone na Birmânia - Mortos podem chegar a 50.000

Cinquenta mil mortos, ou seja, cerca de 30 mil mais do que os números oficiais, e mais de dois milhões de desalojados. É este o balanço das vítimas do ciclone Nargis, na Birmânia, feito pela organização 'Save the Children'.
De acordo com a televisão estatal, além dos mais de 22.000 mortos (dados oficiais), 41.000 pessoas continuam desaparecidas.
Entretanto, o jornal diário 'New Light of Myanmar' - órgão de propaganda do regime birmanês - refere que um jornalista da BBC foi expulso da Birmânia. Andrew Harding (que no passado cobriu guerras e conflitos no Iraque, Afeganistão, Tchechénia, Timor-Leste e em vários países africanos) terá entrado com visto de turista para cobrir a tragédia, informação que a televisão britânica não confirma.
A BBC continua a emitir crónicas do país, sem especificar o autor "por razões de segurança".
Ajuda tarda
Segundo o ministro para Alívio e Realojamento, Maung Maung Swe, a maior parte das mortes em Rangun, a maior cidade do país, foi provocada por uma onda gigante. "A onda, com 3,5 metros de altura, varreu e inundou metade das casas dos vilarejos que ficam a nível do mar. As vítimas não tiveram para onde fugir", disse. Swe acrescentou que 95% das casas localizadas na cidade de Bogalay, no delta Irrawaddy, ficaram completamente destruídas.
A situação no país é desoladora. Mais de 5.000 quilómetros quadrados de terra continuam inundados. Segundo Richard Horsey, representante da ONU para dar resposta a desastres, centenas de milhares de pessoas precisam de abrigo e água potável.
Embora a Junta Militar tenha confirmado que aceitava ajuda humanitária, o apoio internacional está a chegar às regiões afectadas a conta-gotas, por falta de autorização ou por dificuldades locais (falta de acesso e de infra-estruturas).
Recorde-se que poucas organizações humanitárias internacionais estão autorizadas pelo regime a trabalhar na Birmânia. Em 2006, face à situação de instabilidade política do país, a Junta Militar impôs restrições aos trabalhadores da ONU.

Sem comentários: