domingo, 6 de janeiro de 2008

Para a Marinha de Guerra portuguesa - Novos navios-patrulha só em 2008

Os novos navios-patrulha para a Marinha de Guerra que deveriam ter começado a ser entregues em 2005 só chegarão, afinal, a este ramo das Forças Armadas em meados de 2008, segundo fontes dentro do processo adiantaram ao JN. Primeiro, foi a questão orçamental, depois a concepção do projecto, a seguir problemas nos motores e agora a dificuldade em executar o projecto, numa catadupa de dificuldades que ameaça eternizar-se.
Na prática, é um novo atraso num processo iniciado em 2002 e que, se por um lado obriga a Armada a estender ainda mais a vida dos navios a substituir, as corvetas - que navegam há já mais de 35 anos -; por outro, atinge igualmente a imagem dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), onde os primeiros dois navios estão em construção, de um programa total de doze, a concluir em 2014 - pelo menos de acordo com o agendado inicialmente. É que os estaleiros navais da cidade minhota contam com a boa execução do projecto para trazer de novo a Marinha de Guerra ao seu seio como cliente, além de que o tipo de navio em construção - Navio de Patrulha Oceânico (NPO) - seria uma bandeira para os ENVC entrarem no competitivo mercado internacional da construção naval militar.
Aliás, as marinhas de Marrocos, Turquia e Argentina já mostraram interesse em conhecer o projecto do NPO e as condições da sua construção em Viana do Castelo. A questão é de sobremaneira importante para o ENVC, que já criou uma imagem de marca internacional na área da marinha mercante. `Para nós é extremamente importante que a execução do projecto NPO se desenrole em condições`, apontou a propósito ao JN o coordenador da comissão de trabalhadores do ENVC, responsável por cerca de mil postos de trabalho directos. “E acreditamos que as dificuldades vão ser ultrapassadas”, acrescenta Manuel Cadilha.
A Marinha, por seu turno, refere querer que os NPO `sejam navios de grande qualidade, até porque a imagem do país tem que ser defendida`, a nível da execução das missões e das próprias condições oferecidas pelo navio. Mas além da resposta oficial, o JN sabe que a preocupação na Armada é grande, uma vez que das dez corvetas iniciais só sete estão a navegar e nunca na totalidade. A idade pesa e como são navios usados em permanência na missão de busca e salvamento - e mais recentemente no controlo da imigração ilegal - o desgaste é elevado.
In: JM Online

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