segunda-feira, 12 de maio de 2008

Confrontos alastram ao norte do Líbano

Após cinco dias de confrontos com apoiantes do governo, as milícias do Hezbollah retiraram e não eram ontem visíveis nas ruas de Beirute, onde o Exército assumiu o controlo. No entanto, novas batalhas eclodiram ao longo do dia nas montanhas em redor da capital e em Tripoli, no Norte do Líbano.
Enquanto em Beirute centenas de soldados, apoiados por blindados, estabeleciam postos de observação e de controlo de ruas, na zona de Aley, localidade na zona montanhosa a leste da capital, os tiroteios entre milicianos do Hezbollah e do líder Druzo, Walid Jumblatt, fizeram pelo menos cinco mortos. Apoiante do governo do primeiro-ministro Fouad Siniora, Jumblatt apelou à calma dos seus seguidores e um mediador pediu a intervenção do Exército.
Entretanto, em Tripoli, as batalhas entre sunitas e xiitas custaram a vida a pelo menos duas pessoas, elevando para 49 o número total de mortos dos confrontos dos últimos dias, dos quais resultaram ainda 150 feridos.
Em comunicado, Siniora afirmou que o governo vai ponderar a sugestão dos militares de anular as decisões que desencadearam a crise: a demissão do responsável de segurança do aeroporto e o encerramento da rede de comunicações do Hezbollah. Serão ainda ponderadas as exigências da oposição, que deseja a demissão do governo e realização de eleições.
Os EUA, para quem o Hezbollah é um grupo terrorista, saudaram a retirada das ditas milícias, enquanto o Irão acusou Washington de se imiscuir na política interna do Líbano.
DESENVOLVIMENTOS
NEUZA
A tenista portuguesa Neuza Silva e o seu treinador, João Paulo Lucas, saíram ontem de Beirute. Integrados numa caravana russa, conseguiram chegar à Síria por via marítima.
MILITARES
"A instabilidade não afecta a área de operações" dos militares portugueses integrados na UNIFIL, afirmou ontem o comandante da força lusa, tenente-coronel Carvalho.
LIGA ÁRABE
A Liga Árabe, reunida no Cairo para debater a crise libanesa, pediu o cessar-fogo imediato entre as facções rivais e pondera pedir ainda a criação de um governo de unidade nacional.

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