sábado, 8 de novembro de 2008

Congo - Situação agrava-se na região do Kivu

No Congo, está cada vez mais grave a situação na região do Kivu. O cessar-fogo foi quebrado e os combates não poupam agora a população civil. Esta sexta-feira no Quénia, os líderes africanos tentam chegar a uma solução para o conflito.
Os homens de Laurent Nkunda, o antigo general congolês, lideram agora os rebeldes Tutsies do Congresso Nacional para a defesa do povo. Nos últimos dois dias, quebrado o cessar-fogo, avançaram mais ainda em direcção a Goma. Puseram o Exército congolês em fuga e não pouparam a população civil.
Um habitante de Kiwanja, Bamporiki Simo, explica que «não conseguimos compreender isto. Tentamos evitar a guerra e escondemo-nos em casa, mas os soldados matam as pessoas em casa. Eles batem à porta e quando as pessoas respondem, matam-nas com as armas. Os homens do CNDP vieram para nos proteger e, em vez disso, são eles que nos estão a matar nas nossas casas». De porta em porta pelo menos 12 corpos foram contados pelas organizações humanitárias que estão no Kivu, e que dizem não perceber o quê que os capacetes azuis andam a fazer.
O líder rebelde, diz que mandou matar apenas membros das milícias «Mai Mai» que combatem pelo Governo do Congo. Os civis dizem que não, que as vítimas eram apenas maridos e pais. Saber quem diz a verdade não fácil, tal como não será fácil encontrar uma solução pacífica para o conflito que resiste desde há uma década. Hoje a escassos sete quilómetros de Goma, em Kibati, ouviam-se tiros e explosões, bem perto de um campo de refugiados guardado pelos capacetes azuis.
Esta sexta-feira no Quénia, vários Chefes de Estado africanos reúnem com o Secretário-geral da ONU para tentar a paz, mas o que está em jogo é bem mais do que uma questão étnica. Ninguém, nem congoleses nem ruandeses querem abrir mão da única região do mundo onde nasce a preciosa Tantalite usada para fabricar os telemóveis que usamos todos os dias.
TVI

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