quinta-feira, 20 de março de 2008

Brasil: precauções para os turistas portugueses

A situação da dengue na cidade do Rio de Janeiro é «preocupante», diz o epidemiologista brasileiro Pedro Tauil, e justifica, segundo o Governo de Lisboa, cuidados especiais dos viajantes portugueses para esta cidade.
Pedro Tauil afirmou à Agência Lusa que, além da explosão do número de pacientes com dengue, houve um aumento da gravidade dos casos da doença no Rio de Janeiro.
29 pessoas morreram com dengue no Rio de Janeiro
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 29 pessoas morreram com dengue na cidade apenas este ano, número maior que o registado em 2007 (26).
Em todo o Estado, a doença já matou 47 pessoas entre Janeiro e Março e já foram notificados mais de 32 mil casos.
Tauil, professor de Medicina do Núcleo de Doenças Tropicais da Universidade de Brasília (UnB), evitou falar em epidemia da doença no Rio de Janeiro, como já afirmam alguns de seus colegas, mas admitiu que a situação é grave.
O Ministério da Saúde anunciou a criação de um gabinete de crise para enfrentar a dengue, com a participação das Forças Armadas, que começa a funcionar a partir de segunda-feira no Rio de Janeiro.
Trezentos agentes de saúde que estavam cedidos a secretarias municipais já foram convocadas para actuar na capital por dois meses no combate ao mosquito Aedes aegypti.
«São necessárias acções de governo, como abastecimento regular de água, colecta de lixo e melhoria das condições de habitação no Rio de Janeiro, conjugadas com a participação da população para manter quintais limpos e evitar recipientes que possam ser criadouros do mosquito», defendeu Pedro Tauil.
Repelente próprio à venda no Brasil
O Governo português aconselha, por seu lado, aos viajantes para o Rio de Janeiro a tomarem «medidas de precaução», recomendando «a utilização durante todo o dia de repelente próprio, que só se vende no Brasil», disse à Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades. A mesma fonte adiantou que os viajantes portugueses devem evitar locais húmidos ou de águas estagnadas.
Tauil alerta que o efeito do repelente é de duas a três horas e lembra que o Aedes aegypti pica durante o dia.
Condições favoráveis à proliferação do mosquito
Segundo Pedro Tauil, o Rio de Janeiro tem condições climáticas muito favoráveis à proliferação do mosquito transmissor da dengue, como estar no nível do mar, apresentar um índice pluviométrico muito elevado e temperaturas altas durante quase todo o ano.
A isso associam-se condições sócio-económicas que favorecem a multiplicação dos mosquitos, já que 25 por cento da população da região metropolitana do Rio de Janeiro, ou seja, mais de três milhões de pessoas, vivem em favelas.
In PortugalDiário

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