domingo, 22 de julho de 2007

Os «quatro Marceneiros» pela primeira vez juntos em CD

O CD «Geração Marceneiro», a editar esta semana, reúne pela primeira vez os «quatro Marceneiros», o patriarca Alfredo, os seus dois filhos e o neto, recuperando para o digital alguns inéditos.
Além de Alfredo Marceneiro, o álbum, editado pela Ovação, inclui os seus dois filhos - Alfredo e Carlos - e o neto, Vítor Duarte, «sendo a primeira vez que surgem numa edição discográfica todos os quatro Marceneiros», disse à Lusa fonte da editora discográfica.

«Preenche-se assim uma lacuna ao incluir os dois irmãos - Carlos Duarte e Alfredo Duarte Júnior - pois quando pela primeira vez o conceito geracional tomou forma de disco, em 1973, já Carlos Duarte tinha falecido», esclareceu a mesma fonte.


Carlos Duarte cantou em várias casas de fado de Lisboa mas preferiu sempre manter o estatuto de amador, tendo falecido em 1966.

De Carlos Duarte são recuperados para CD «Vestido azul» (Henrique Rêgo/Alfredo Marceneiro) e «A casa da Mariquinhas» (Silva Tavares/A. Marceneiro) «gravados por alturas de 1964», segundo a editora.

Carlos Duarte é acompanhado por Armandinho (filho) à guitarra portuguesa e à viola por José Inácio, sendo o único que canta dois fados dada a escassez de registos disponíveis.

O outro irmão, que ficou conhecido como «fadista bailarino», Alfredo Duarte Júnior, canta «Três gerações» (João Alberto/A. Marceneiro), «Restos da Mouraria» (Carlos Conde/Martinho d'Assunção) e «Fados do meu pai» que é uma súmula de vários fados que foram êxito na voz do patriarca, Alfredo Marceneiro.

Alfredo Duarte Jr. é acompanhado à guitarra por Francisco Carvalhinho, João Alberto e Luís Ribeiro e à viola por Orlando Silva, Amadeu Ramin e José Maria Nóbrega. O fadista faleceu em Lisboa em 1999.

Em 1991 cantou com o seu filho Vítor Duarte Marceneiro na RTP por ocasião do centenário do nascimento de Alfredo Marceneiro, interpretação agora recuperada pela primeira vez para CD.

Trata-se do fado «A Lucinda camareira» (H. Rêgo/A. Marceneiro), mas o CD regista também o seu dueto com o pai no fado «Ser fadista» (Armando Neves/A: Marceneiro), outro inédito, gravado em 1970, que o CD traz a lume.

Inédita é também a gravação de 1973 de Vítor Duarte Marceneiro com o seu avô interpretando «O camponês e o pescador» (H. Rêgo/A. Marceneiro) que abre o CD.

De Alfredo encontramos três registos, nomeadamente «Conceito», um fado assinado pelo próprio e com letra de Carlos Conde, «Foi na velha Mouraria», também de Marceneiro com letra de Fernando Teles, e «Cabelo branco» de uma «dupla» recorrente, Henrique Rêgo e Marceneiro.

Todos estes fados foram gravados em 1980, sendo o fadista acompanhado por Francisco Carvalhinho, Ilídio Santos e António Bessa (guitarra portuguesa) e José Maria Nóbrega, Orlando Silva e Fernando Reis (viola).

Os três registos de Vítor Duarte Marceneiro, 62 anos, resultam da recuperação de actuações suas ao vivo, um ambiente onde, segundo afirmou à Lusa, se sente «melhor».

«Bairros de Lisboa» (C. Conde/A. Marceneiro) foi gravado numa actuação na TVI, «Louco» (H. Rêgo/A. Marceneiro) num programa na RTP e «Fado balada» (S. Tavares/A. Marceneiro) numa actuação no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Falecido há 25 anos, a longa carreira de Alfredo Marceneiro abrangeu praticamente todo o século XX, tendo-se distinguido como estilista [forma de variar dentro da mesma linha melódica] e compositor.


Alfredo Marceneiro cantou dos bailes de bairro aos cafés de camareiras e retiros até às casas de fado. Deixou numerosos discos, de que se destaca «The fabulous Marceneiro», mas escassos registos televisivos.
In:Diário Digital / Lusa

1 comentário:

Anónimo disse...

Sinto-me sampre honrado quando nos fazem referência.
Parabéns pelo Blog
Vítor Marceneiro