terça-feira, 7 de agosto de 2007

Líbano: militares portugueses em estado de alerta

Os militares portugueses em missão na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) estão em estado de alerta para o primeiro aniversário do fim da invasão israelita do país dos cedros no passado Verão, que se assinala no dia 14.


O tenente-coronel José Rodrigues dos Santos, comandante dos 141 soldados da Unidade de Engenharia-2 estacionada na base de Ubique, em Shamaa, no sector oeste do sul do Líbano, declarou no terreno à Agência Lusa que «o nível de alerta é médio alto (amarelo-laranja), com medidas adicionais no nível vermelho para movimentos no exterior do aquartelamento».
O estado de prevenção teve início a 24 de Julho, quando uma viatura armadilhada estacionada à beira da estrada e accionada por controlo remoto explodiu matando seis soldados (três espanhóis e outros tantos voluntários colombianos) e ferindo mais dois além de destruir os blindados em que seguiam.
Anteriormente, a 16 de Junho, um engenho explosivo com temporizador colocado na berma da estrada deflagrou à passagem de duas viaturas da Polícia Militar de uma unidade da Tanzânia, mas não fez feridos.


O tenente-coronel Rodrigues dos Santos insistiu em que a FINUL - onde Portugal tem 146 efectivos - é um alvo dos terroristas, segundo confissões obtidas em interrogatório a combatentes (mujaidines) capturados pelo exército libanês no campo de refugiados de Nahr el-Bared (norte, na zona de Tripoli).
Os confrontos entre terroristas do grupo Fatah a-Islam, apoiados por mujaidines, e o exército libanês começaram no campo de refugiados palestinianos de Nahr el-Bared a 20 de Maio e já mataram mais de 200 pessoas, das quais 133 soldados libaneses, provocando 31.000 refugiaddos.
Tendo em conta a data crítica do primeiro aniversário do fim da invasão israelita do sul do Líbano - entre 12 de Julho e 14 de Agosto de 2006, com um saldo de mais de 1.200 mortos -, ao que acresce a «ameaça» decorrente da escolha parlamentar do novo Presidente da República a 27 de Setembro, o comandante da unidade portuguesa admitiu o prolongamento do estado de prevenção pelo menos até ao Outono, tudo dependendo do modo como decorrer o processo eleitoral e das ordens do chefe da FINUL, o general italiano Cláudio Graziano.

Texto: José Meirelles da Agência Lusa In: Portugal diário

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