Detidos em Guantanamo podem recorrer civilmente
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Por cinco votos contra quatro, o Supremo Tribunal decidiu de forma contrária às pretensões do Presidente norte-americano, George W. Bush, que queria forçar a aprovação no Congresso de uma lei que impedia os prisioneiros em Guantánamo de recorrer ao “habeas corpus”, acção que permite a um arguido contestar em tribunal as bases legais da sua detenção. “Consideramos que os peticionários beneficiam do direito constitucional de recurso ao ‘habeas corpus’”, lê-se no acórdão de 70 páginas assinado pelo juiz Anthony Kennedy. O juiz considerou ainda que o Congresso deveria ter criado uma alternativa adequada para que aqueles detidos pudessem contestar a sua detenção, o que não aconteceu.A Amnistia Internacional ficou satisfeita com a decisão, que a Casa Branca ainda não comentou. "O Supremo Tribunal fez a coisa certa. Todos têm o direiro a contestar quando são postos na prisão, a conhecer as acusações de que são alvo e a responder-lhes. É uma vergonha que no século XXI a administração Bush tenha levado a tão grave passo atrás: dizer que se pode colocar alguém na prisão e deitar a chave fora. Mas isso não vai acontecer mais", disse Daila Hashad.Há 270 pessoas detidas em Guantanamo (já foram mais de 500), sendo que a maioria está ali há anos sem saber do que é acusado, tendo muitos tentado o suicídio e queixado de maus tratos. Tanto o candidato presidencial republicano, John McCain, como o democrata, Barack Obama, já prometeram que a encerrarão se forem eleitos.Na semana passada, cinco suspeitos de planearem os atentados de 2001 foram ouvidos pela primeira vez na comissão militar criada para os julgar .
SIC Online
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