terça-feira, 10 de junho de 2008

Gastos militares não param de aumentar - Governos gastam 190 vezes mais em armas do que na luta contra a fome

Mais de 850.000 milhões de euros, quase 130 euros per capita. A enorme quantia refere-se aos gastos militares no ano de 2007 em todo o mundo. O número é ainda mais chocante quando comparado com as promessas da última reunião da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), onde os governos se comprometeram a destinar 4.500 milhões de euros para a luta contra a fome. Ou seja, o mundo gasta cerca de 190 vezes mais dinheiro em armas do que no combate à crise de alimentos.
Os dados foram revelados pelo Instituto Internacional de Investigação para a Paz (SIPRI), no seu relatório anual intitulado «Armamentos, Desarmamentos e Segurança Internacional». Nos últimos dez anos, as despesas militares quase duplicaram em todo o mundo. As estimativas demonstram ainda que estes gastos aumentaram seis por cento em relação a 2006 e são já quase o dobro dos verificados em 1998.
O estudo analisou os 14 conflitos armados que decorreram em 2007 na Somália, Colômbia, Peru, EUA, Afeganistão, Índia, Myanmar, Filipinas, Mindanao, Sri Lanka, Rússia, Iraque, Israel e Turquia. Também foram tidas em conta as 61 operações de paz desenvolvidas no mesmo período, o número mais elevado desde 1999.
EUA produzem e vendem mais armas
Os EUA são os grandes «campeões» em gastos militares, com 45% do total mundial, sendo que o pódio fica completo com o Reino Unido e a China. O SIPRI informa ainda que a venda de armas aumentou oito por cento em apenas um ano, sendo que também neste aspecto os norte-americanos dominam completamente o «top 100». Juntamente com os EUA, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido completam 80 por cento do volume de transferências.
Outro dos aspectos levados em conta pelo instituto sedeado em Estocolmo foi a posse de armas nucleares. No início do corrente ano, estimam-se 10.200 armas prontas a usar que pertencem a apenas oito países: Rússia, EUA, França, Reino Unido, China, Israel, Índia e Paquistão. No entanto, o cálculo é subjectivo, pois poderão haver muitas mais armas do género cujo paradeiro é desconhecido.
In PortugalDiário

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