sexta-feira, 13 de julho de 2007

Glaciares da China estão a derreter a um ritmo alarmante

Os glaciares do noroeste da China derreteram a um ritmo alarmante nos últimos 40 anos, diz hoje a imprensa estatal citando cientistas chineses, que culpam o aquecimento global pelo degelo.


Um relatório da Academia Chinesa de Ciências (ACC), que a agência de notícias Nova China hoje publica, garante que os glaciares da província na província de Xinjiang diminuíram 20 por cento e as linhas de neve recuaram cerca de 60 metros desde 1964.
A temperatura interior dos glaciares de Xinjiang, 42 por cento do total existente no país, aumentou 10 por cento nas últimas duas décadas, indica o relatório.


«O clima quente tem sido a maior causa para o recuo dos glaciares», disse Wang Feiting, investigador da Academia, citado pela Nova China.
«Como um computador, os glaciares gravam as alterações ecológicas, e o clima quente é a causa da diminuição nos glaciares», acrescentou Wang.
De acordo com o investigador, o primeiro sinal de alarme surgiu em 1993, quando o maior glaciar de Xinjiang, localizado nas montanhas de Tianshan, 3.545 metros acima do nível do mar, se dividiu em dois.


Numa região árida, o degelo destes glaciares, que fornecem água para o resto do país e outras partes da Ásia, poderá provocar cheias, deslizamento de terras e falhas no fornecimento de água para os rios, adverte o relatório da ACC.
No ano passado, o especialista Yao Tangdong alertou para o perigo de uma "catástrofe ecológica" no Tibete, com o derretimento até 2100 da maior parte dos glaciares da região dos Himalaias, caso não sejam tomadas medidas drásticas.


Os glaciares da região montanhosa do Tibete, apelidada de «tecto do mundo», derreteram a uma média de 131,4 quilómetros quadrados por ano nas últimas três décadas.
Diário Digital / Lusa